As Nossas Duas Princesas

domingo, 22 de fevereiro de 2009

O porquê ...

Quem leu o post abaixo deve ter ficado com a ideia de que sou uma mãe má, imatura e infantil. Provavelmente eu se lê-se esse post noutro blog era o que eu pensaria. Mas a minha reacção tem uma explicação, pode até não ser válida, mas ela existe: eu já fui assim, choramingas!
Eu chorava por tudo e por nada. Diziam-me alguma coisa mais sarcástica ou faziam-me alguma coisa na brincadeira e eu desatava a chorar. Fui assim durante muitos anos – até á adolescência. Como consequência fui gozada e marginalizada por crianças e adultos (sim por adultos tambem! O que ainda influênciava mais as crianças).
Eu sei que para quem assiste ao choro até é irritante, mas o feed-back não ajudou. Resultado: os meus melhores amigos na minha infância e adolescência foram os livros e a tv. Triste não é? Não quero que a minha filha passe por isso!
Não quero que ela esteja a um canto a ver as outras crianças a brincar, pois não a convidam porque ela é choramingas – eu sei que é isso. Sou uma pessoa fechada que não consegue, ainda hoje, criar amizades (na verdadeira acepção da palavra). Não sou uma pessoa amargurada nem revoltada. Simplesmente não consigo confiar em ninguem para expressar os meus sentimentos, pois tenho sempre receio de ser gozada e da mesquinhez das pessoas.
A unica pessoa, que eu saiba, que me defendeu até hoje, foi o meu marido. Ainda namorávamos há poucos dias, quando a minha prima em conversa com ele disse-lhe que eu era uma totózinha e uma chonhó. Sim, a minha prima!
Ele passou-se e pôs os pontos nos i’s. É graças a ele que eu tenho conseguido impôr-me gradualmente. O meus familiares têm estranhado a minha mudança, inclusivé uma tia minha deixou-me de falar – estava habituada a dizer tudo o que queria sem resposta, quando comecei a dar o troco não gostou. Paciência!
Continuo a ser uma pessoa com pouca auto-estima (apesar de já estar um pouco melhor). Se fazem algum comentário, levo sempre para a parte negativa, como se me estivessem a chamar incompetente. Racionalmente eu sei que não é nada disso, mas emocionalmente...
Só eu sei o que sofri e a tristeza que me acompanhou durante anos! Não quero que a minha M. passe por isso. Daí a minha reacção. Pode não ter sido a mais adequada, mas foi quero ajuda-la a ultrapassar essa choraminguisse e ser uma criança mais forte, determinada e feliz.
Como é obvio, não sei se o meu método é o mais correcto, mas é o que a minha consciência me dita. Inclusivé já lhe disse que eu era assim e por isso perdi os meus amigos, para que ela perceba que a minha reacção não é gratuita. Aparentemente percebeu pois está empenhada em deixar de ser assim.
Só quero que ela seja feliz!

1 comentário:

  1. Realmente as crianças são mto crueis, mas parece-me bem que tenhas algumas conversas com ela para ela não ser gozada.

    Jocas

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