E não é que a miuda pequena é esperta!?

A M. está de castigo desde sexta. Como ADORA ver tv, durante uma semana não há nada para ninguem. Além disso tambem não há computador nem playstation apesar de não ligar tanto. E porquê? Para poder distinguir da T. que não está de castigo, mas tambem irá ficar sem tv, assim como nós. No entanto, para a compensar tem livre transito no computador (que ela adora).

Não é justo! Dizem vocês. E com toda a razão. De tal forma que sempre me esquivei a dar este castigo porque iria sempre prejudicar uma delas. Mas desta vez teve de ser, pois ela alem de desobediente ainda se portou muito mal. Vamos ver se assim aprende alguma coisa.

A razão de não ter MESMO a tv ligada prende-se apenas com um factor: á tarde, depois da escola elas ficam com os avós e eu sei que bastava a M. fazer uns olhinhos tristes que os avós a deixavam logo ver "só um bocadinho o canal dela, tadinha". Grrr 

Assim, para tentar evitar que hajam tentações, desliguei a tv da sala e do meu quarto da tomada, a do quarto da M. desliguei-a num interruptor que tem atrás e a da cozinha, tirei as pilhas do comando, uma vez que a ficha está visivel e chamaria logo a atenção. E disse-lhes que iria falar para o sr da Meo para desligar a tv até eu indicar. Para nós, pais, tambem não faz grande diferença porque vimos muito pouco tv. Preferimos o computador :) Para os avós é que é mais chato, mas temos pena! É que não posso mesmo confiar neles e assim de repente foi do que me lembrei e agora não posso voltar  atrás.

E até domingo de manhã tudo corria sobre rodas, até que a pingenta pequena da T. se vira para mim e diz:

T: Tu enganaste-nos. A box está ligada. Tu não ligaste ao homem da tv.

Eu (sem me descozer): Claro que liguei. A box parece que está ligada porque está ligada á ficha.

T: Tu desligaste foi a tv da ficha. (esperta a miuda!)

Pai (a tentar ajudar-me): Tu não vês que a tv da cozinha está ligada á ficha. Por isso não foi nada disso.

T. pensa por meia duzia de segundos (literalmente!) e responde: Tu tiraste as pilhas deste comando, não foi?

É claro que continuei a manter a minha história e ela acabou por ficar na duvida.

Mas, vocês já viram o raciocínio da miuda? É que só tem 5 anos! E chegou a esta conclusão antes da irmã, que tem 7! Estou feita com ela.

Havia necessidade? Não, pois não!

Ontem, depois do jantar disse à M. para ir treinar o violino (tocar 3 vezes a musica) enquanto eu arrumava a cozinha. Mas, ela queria ir para cima com o pai ver os bonecos. 

Eu: Tocas e depois vais. Isso nem leva 5m.

M: É, é? Tu não queres é que eu veja os bonecos!

Ontem estava para me desafiar. Então esteve meia hora a fazer barulho, literalmente, com o violino e não tocou uma unica vez como deve ser. Ao fim desse tempo disse-lhe:

Eu: Não sais daqui enquanto não tocares. O tempo que vai levar só depende de ti!

M: Quero tocar lá em cima para o pai. (Mais desafio)

Eu: Se tocares lá em cima, tocas 10x e eu vou estar lá a ouvir.

M: Não! Tu ficas aqui.

Eu: Não, não, que eu já sei como é o teu pai. E se não tocares como deve ser ficas de castigo.

E lá fomos, eu já me a passar e ela de trombas. Mais meia hora de barulho. Passado esse tempo, ela começou a arrumar o violino e disse que tinha acabado. Passei-me! Peguei nela e castigo! Chorou, esperneou e por fim acalmou. Pediu desculpa e foi tocar o violino as 10x – vá foram 8 que eu fiquei com pena dela e tambem comecei a sentir a consciência pesada. Quando acabou guardou o violino e sentamo-nos para conversar:

Eu: Sabes, quanto tempo levaste a tocar?

M: Não.

Eu: 10m (na verdade nem chegou). Sabes á quanto tempo andamos nesta guerra? Mais de 60m! Se tivesses feito logo como a mãe te disse, tinhas tido tempo de tocar, ver os bonecos, de brincar e ouvir a história. Agora já não há tempo para nada. Já passou muito tempo da tua hora de deitar. Já viste que o pouco tempo que temos á noite para estarmos juntas, brincarmos e conversarmos, foi desperdiçado com isto. Valeu a pena isto tudo? Havia necessidade disto?

M: Não. (com voz triste e cabeça baixa)

E pronto, depois dei-lhe colo, mimo, falámos mais um pouco e ainda lhes li uma mini história. E hoje... Hoje ainda me estou a sentir um pouco mal com tudo isto, porque fico sempre na duvida de exagerei ou se fiz o correcto. Enfim! Estou desejosa de chegar a casa para mimá-las e aninhar-me com elas, para a sessão de cinema em casa, com direito a pipocas e tudo. Vamos ver o Peter Pan! 

Nova Boa Rotina

Começou sem ser planeada, mas parece que veio para ficar :)

Um dia destes á noite, estava eu ao telefone com uma prima, e as miudas andavam num frenesim á minha volta, cantavam, gritavam, riam, despiam-me as calças do pijama, eu sei lá. Eu fiz cara feia, dei uns “enxota-moscas” e tentei fugir ora para a sala ora para a cozinha, mas não tive sorte pois as pestinhas continuavam atrás de mim a fazer diabruras.

Quando desliguei o telefone mandei-as sentar em silêncio em 2 bancos que tenho na cozinha (para quando tenho mais alguem em casa a comer e que ultimamente serve de castigo) e disse-lhes que estava muito zangada e triste com elas, pois portaram-se muito mal e já sabiam que quando eu estava ao telefone não deviam fazer o que fizeram e que apesar de todos os meus avisos continuaram sempre a fazer asneiras. Depois mandei-as para a cama sem história.

Estavam as duas deitadas muito sossegadas enquanto eu preparava as roupas para o dia seguinte, quando vejo a M. com um ar muito triste e de repente perguntei-lhe “Queres falar sobre o assunto?” e ela disse que sim. Sentei-me na cama e ela no meu colo e falámos sobre o que se passou, ela percebeu onde tinha errado e prometeu não voltar a fazer. Depois de uns beijinhos e abraços e tudo sanado voltou para a cama e adormeceu. (a T. já dormia)

No dia seguinte a M. perguntou-me ao deitar se podiamos conversar novamente. Apartir desse dia, todos os dias á noite elas sentam-se, á vez, no meu colo e contam-me o que fizeram durante o dia, inclusivé se se portaram mal e neste caso analisamos juntas a situação de modo a tentar que não se repita.

Confesso que gosto muito desta rotina, mesmo quando estou muito cansada. Ficamos mais próximas, elas percebem que podem conversar comigo, mesmo quando me zango por algum motivo, e que juntas podemos resolver as situações. E no fim há sempre uns miminhos antes de dormir :)

Castigo Original

É pelo menos o que dizem as minhas colegas.

E o castigo é ... tcham, tcham, tcham ... "não há leite!"

É verdade, este é o castigo com as qual as ameaço quando se portam mal. E resulta!

Ainda ontem á noite estavam a ver um filme depois de jantar, mas não paravam quietas e só estavam a implicar uma com a outra, e passavam o tempo "ó mãe a T. fez-me isto" ; "Não fiz nada, a M. é que me fez isto"; " Ó mãe, ela não sai da frente" e por aí fora. Até que fui á sala e disse: "Ou vocês ficam quietas sem um pio a ver o filme ou não há leite". Remédio santo! Sentaram-se sossegadas e arrumei a cozinha apenas com o som do filme de fundo :)

Mas, não pensem que é porque jantaram mal e tal e se calhar até têm fome. Não! Por ex ontem, estava eu ainda acabar de fazer o jantar, comeram um croissant (daqueles pequenos do Continente), passados uns 15m comeram 2 conchas de sopa, um prato de carne com batatas e a fruta. Meia hora depois pediram mais 1 croissant e antes de deitar beberam 1 caneca de leite.

O unico senão deste castigo é que por norma só resulta á noite, que é quando a hora de deitar e de beber o leite está mais próxima. A parte boa é que não me enervo, não grito, nem esperneio e elas tambem não choram nem fazem birras. Tudo se resolve calmamente. Claro que só consigo isto porque elas são hiper, super fanáticas pelo leite. LOL

Castigo

A M. esteve de castigo. É já a 4ª ou a 5ª vez que me tenta enganar com o comer e desta vez passei-me!

Como eu sempre lhe digo que se não tem fome para comer o que está no prato, tambem não tem fome para mais nada, então, para me fazer pensar que comeu tudo, para depois poder pedir o que lhe estava a apetecer, escondeu a carne no guardanapo e deitou-a para o lixo.

Ainda tem de comer muito papo-seco para me enganar. Desta vez não houve desculpa que lhe valesse. Disse-lhe:

- Como não tens fome não comes mais nada até ao jantar. E caso queiras comer e uma vez que já não há mais carne, comes o resto do esparregado (que ela não gosta) com o arroz.

Choramingou, fingiu não se importar, mas por volta das 16h a fome falou mais alto e pediu o esparregado. E comeu-o todinho!!! Lá diz o ditado: "Quem tem fome, cardos come!"

Ah pois é! Andam crianças a passar fome ela faz-me destas! Era só o que faltava! A ver vamos se aprendeu a lição!

Porquê?

Porque é que a M. me faz zangar, principalmente depois de tantos avisos? E porque é que eu perco a paciência e me zango ao ponto de ser má?

E depois ...

E depois vem o peso na consciência,

o arrependimento,

a tristeza

Sinto-me a pior mãe do mundo...

Estou chateada

O dia até correu bem. Mas, á noite tive que me chatear. Porquê? A T. já há alguns dias descobriu os cortinados. Adora se enrolar neles. E eu á espera de os ver cair em cima dela ou de ela cair e bater com a cabeça na quina da janela (pois é uma janela até abaixo). Eu ralho, eu ponho-a de castigo no carrinho e até já experimentei dar-lhe uma palmada (na fralda e devagar). Mas é tão teimosa! E depois ainda acha que eu estou a brincar! porque eu faço isto tudo e ela ainda olha para mim com aquele ar desafiador e risonho, como quem diz: "eu vou lá outra vez, queres ver? Anda, vem apanhar-me." Que nervos!

Como se não bastasse, tambem tive de me zangar com a M.. Pois mais uma vez fez fita para jantar. Embirrou que não queria as almôndegas. Eu até podia colocar a hipotese de ela realmente não gostar, caso ela já não tivesse comido antes e já não tivesse comido uma almôndega sem pestanejar, quando se lembrou de cuspir a outra e dizer que não gosta! Durante o dia ela até come bem. Toma um exelente pequeno-almoço, ao almoço come a sopa, o prato e a fruta, lancha bem, mas ultimamente quando chega ao jantar é sempre esta fita. Nunca quer comer, leva 3 horas para comer metade do que está no prato, é sempre uma guerra. Hoje, resolvi agir com medidas drásticas - não come, não há tv, não há brincadeira, não há leite antes de dormir, nem história - direitinha para a cama.

Mas, fico de coração partido. Custa-me tanto zangar-me com elas. Porque é que elas não fazem o que lhes digo?